Deu no New York Times

Paulo Vieira

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“Deu no New York Times”. Essa velhíssima expressão continua sendo uma boa abertura milênios após ter sido popularizada na nossa cada vez mais provinciana imprensa. Pois deu no New York Times, entre tantas coisas, que o Valle del Elqui, no norte do Chile, é um dos “52 lugares para se visitar em 2015”.

Do filete de água, surge o oásis
Do filete de água, surge o oásis

A lista, publicada no suplemento “Travel” do jornal americano todo ano, não hierarquiza os destinos, mas o fato de a atração chilena aparecer logo no quinto “fotograma” da seleção fez a festa dos órgãos de imprensa da região do Elqui, como o jornal “El Dia”, de La Serena, onde estou agora.

Nenhuma menção a Filadélfia vir logo em terceiro na lista. E sem os Delfonics ou os Spinners para justificar a escolha.

Mas o Valle del Elqui, cerca de 400K ao norte de Santiago, é uma região que vale mesmo conhecer. Com um filete de água que vem do degelo dos Andes, agricultores conseguem encher de videiras as encostas áridas das montanhas e dali tirar uvas suficientes para produzir todo o pisco nacional e ainda uma boa quantidade de vinho.

Só essa razão, aliada à beleza da região, já justificaria a viagem, mas há ainda os passeios para se conhecer a produção de cerveja artesanal e pisco – e, claro, os tão falados tours para ver estrelas.

Trata-se, junto com o Atacama, do lugar do mundo com menos poluição luminosa – sem interferência das luzes artificiais das cidades. Por isso o norte do Chile hoje é um cluster de observatórios astronômicos científicos mundiais, com investimentos da Europa, Estados Unidos e até do Brasil.

Pode-se dizer que o norte do Chile está para astronomia assim como Genebra está para a física quântica.

O que não quer dizer que seus muitos observatórios astronômicos turísticos sejam o portal do paraíso. Embora o seu céu seja.

Vi pela primeira vez na vida o disparo de foto de um satélite – que despejou um facho de luz impressionante na direção da Terra.

Em termos de céu estrelado, o lugar só deve rivalizar com Caraíva, na Bahia, mas Caraíva tem o Bar do Pará, e aí é covardia.

(este post foi tipo um teaser)

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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