Uma amiga do Tempo

Paulo Vieira

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Na profusão de amizades virtuais que os novos tempos em geral e este site em particular trouxeram, conheci, e apresento agora a todos, Isabela Pimentel, carioca, autora do blog Saúde em Pauta. Isabela, ativa seguidora do nosso Instagram e de todas as outras redes sociais do JQC, esperou pacientemente pela publicação deste texto*.

Então chegou a hora: JQC, Isabela; Isabela, JQC.

 

A felicidade é verde - e corre (Isabela à esq.)/Arquivo Pessoal
A felicidade é verde – e corre (Isabela à esq.)/Arquivo Pessoal

Pensava que quanto mais rápido corresse, melhor seria meu desempenho nas provas. Atleta de primeira viagem, recém-chegada ao apaixonante mundo das corridas, desconhecia  a relação entre  velocidade e ritmo durante o trajeto.

Percebi nas primeiras provas que minha maior preocupação, talvez pela inexperiência, era cruzar a linha de chegada no menor tempo possível. E o que acontecia? Largava no tiro, corria 3K e ficava sem fôlego, cansada e desanimada.

Com a ajuda de muitas leituras de sites (Nota do Editor: espero que o JQC também!), revistas especializados e planilhas, fui conhecendo estratégias de corrida.

E durante minha última prova, na orla de Copacabana, pude perceber que realmente havia aprendido a lição. Iniciei a corrida com tranquilidade, e como queria correr o percurso inteiro sem parar para caminhar, sabia que não poderia forçar.

Aos poucos, me conscientizei do que importa: primeiro adquirir resistência, depois ir melhorando o tempo de percurso.

E lá fui eu, com calma, respeitando meu tempo, ouvindo minha respiração, em busca de um desafio que podia parecer simples: correr, equilibradamente, 8K direto, sem parar ou intercalar a corrida com caminhadas. Achava que iria parar no 7K, que era meu limite anterior, mas estava determinada a concluir meu percurso. E consegui!

Não pude conter a emoção: não se tratava de uma simples vitória, mas a certeza de ter conquistado um amigo: o tempo. Digo: mais importante do que voar feito louco é “degustar” o trajeto, equilibrar nossas potencialidades sem deixar de respeitar nossos limites. (Algo do JQC a esse respeito aqui).

Se for correr uma prova, tente sentir a corrida. Abrace-a, envolva-a, mas não deixe de se desafiar constantemente.

 

*Edição feita a partir de texto originalmente publicado no blog Saúde em Pauta, de Isabela

 

 

 

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

Um Comentários

  1. Avatar
    Fernanda Silva

    Parabéns para quem conquistou o tempo! Isabela corra assim sempre!

    Responder

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