Touro dá uma bica no treino

Paulo Vieira

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Copa do Mundo. Eis a desculpa, talvez a maior delas, para dar uma folgada geral. Há quem tire férias só para assistir aos jogos com tranquilidade, há aqueles que, sem direito a férias pois emprego também não têm – presente -, aproveitam para ficar mais quatro semanas na banguela.

E há aqueles, como o nosso inimitável, inigualável, insofismável Touro Indomável, que dão uma bica no treino. Touro, já desconfiávamos, agora temos certeza, não é o melhor modelo de força de vontade que poderíamos servir a nossos leitores ansiosos por qualidade de vida.

Mas, pensando bem, de exemplos de força de vontade e autoajuda os sites de corrida estão cheios. O próprio JQC tem a Kauaninha, nossa maratonista superfocada.

Telegrafa logo essa parada, mano.

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Trinta e quatro anos, Copa do Mundo e preguiça. Eis os highlights dos últimos dias. Não é todo dia que se inteira 34. A dezena dos 30 agora chegou de vez: estou mais pacato, com menos cabelo, pensando que minha juventude realmente já passou em vários aspectos, principalmente o físico. Não fiz nenhuma promessa de aniversário, tampouco comemorei, um barrilzinho de 5 litros de cerveja e um bife de chorizo com a família, se tanto.

Guantánamo ficou na berlinda. Semanas regadas a Robben, Lahm e Neymar, quando este ainda existiu, cerveja, negroni e uma petiscaria irada que eu mesmo criei (croquete de costela, filé ao molho mostarda, costela de porco defumada, todos quitutes de alta caloria, se quiserem passo a receita) me desviaram do reto caminho (da academia).

Senti também uma dor incômoda, um atrito ósseo, imagino, entre o fêmur e a bacia. Mais do que a passagem dos 34, foi essa apitada abaixo da cintura que me fez baixar a guarda, fez do Tourão aqui um ancião encruado e casmurro. Uma dor diferente de todas as outras que Guantánamo me brindou até agora, mas não, não vai ser ela que irá me fazer jogar a toalha.

Afinal eu comecei essa história toda com IMC 30,76, índice que os exegetas chamam de OBESIDADE, e agora estou em IMC 26,87, também conhecido como SOBREPESO. Sei que minha estrutura óssea avantajada relativiza a numeralha.

Acho que com as taxas de colesterol, glicose e triglicérides em dia, mais a porcentagem de gordura do corpo dentro dos padrões, mais a estética toda envolvida, que está bacana, bem melhor do que quando comecei, chego a esta parte do programa de redução de peso aprovado. Deferido. Habilitado. Licenciado.

E vão todos pro inferno junto com o careca.

P.S. – Quando eu comecei a escrever este relato, ainda estava para correr um 5K com o Paulo. Achei que seria ok, tranquilo até, mas acabei por publicar este texto já tendo feito essa tal corrida. E tendo deixado os bofes no Villa-Lobos. Meu Mineirazzo.

Aeróbica é duro. Mas eu vou deixar o Paulo contar melhor essa história outro dia.

P.S.2 – Adoro escrever “P.S.”

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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