A Copa nas lentes de Alexandre Battibugli

Julia Zanolli

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“Entrevista do que? Ah não, carai. Num vô fazê”. Era uma recepção como essa que eu esperava ouvir de Alexandre Battibugli ao tentar entrevistá-lo para o JQC. Para minha grande surpresa, ele não só topou conversar como ainda estava soltinho e falou por incríveis 15 minutos ao telefone.

Apesar de não ser fã das palavras, Batti, como é conhecido na redação, é um dos maiores fotógrafos esportivos em atividade no Brasil. Aos 48 anos ele ostenta uma farta cabeleira, muitas tatuagens e um currículo com os maiores eventos esportivos do mundo, como Copas, Olimpíadas e grandes maratonas.


Na revista Placar desde 1995, ele diz que já perdeu as contas de quantas Copas cobriu. Aperto mais um pouco e ele diz que foram seis, contando com essa. Ao lado de Renato Pizzutto, outro rabugento mago das lentes, é responsável por boa parte das imagens de futebol (e corrida) veiculadas pela Editora Abril.  

Batti conta que na Copa do Brasil tem feito quase um jogo por dia. Apesar de assistir a tudo ao lado do campo e em um ângulo exclusivo, também achou a partida entre Espanha e Holanda a mais legal até então. “O Brasil precisa melhorar um pouco para ser campeão, está esquisito”, diz. “Mas este ano o clima está muito legal. Lembro em 94, nos Estados Unidos, que você só se dava conta que estava tendo Copa perto dos estádios. A gente estava no restaurante do hotel querendo ver a cerimônia de abertura e não conseguimos achar em nenhum canal”.

Segundo ele, a principal diferença entre aquele tempo e hoje é a transmissão das imagens. “Não tinha internet, então demorava horas até enviar uma foto. Cada lâmina de cor levava oito minutos, teve um foto da final que eu demorei sete horas para conseguir mandar”.

Quando perguntado sobre a selvageria dos companheiros de profissão para conseguir um bom ângulo ele afirma: “Tem um estresse que é normal, mas hoje tem lugar marcado, não dá para sair na correria. Não tem fotógrafo escroto”.

Confira algumas de suas fotos aqui e aqui:

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Julia Zanolli

Julia Zanolli começou a correr em nome do bom jornalismo quando foi trabalhar na revista Runner’s World sem entender nada do assunto. A obrigação virou curtição, mesmo depois de sair da revista. Se livrou do carro para poder andar a pé pela cidade, mas é fã assumida de esteira. Prefere falar de comida do que de nutrição e acha que ter tempo é muito melhor do que matá-lo.

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