O corredor libertino

Julia Zanolli

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O corredor libertino (ou anarquista, ou purista, ou sussa ) gosta de correr do jeito dele. Não quer saber de regras nem tabelas.

Sabe muito bem quais treinos fazer, mas não segue planilha nenhuma. Por princípio. Tem no fartlek a representação máxima de seu ideal de corrida.

O estilo rústico e auto-suficiente não faz do corredor libertino mal informado. Ele sabe muito bem que precisa comer carboidrato para ter energia, mas prefere uma banana a um gel. Aliás, GU para ele pode ser um apelido. Ou uma interjeição infantil. Ou nada.

Whey protein então… é coisa de marombado. O anarquista curte mesmo um bifão. Ou um franguinho, depende do estilo.

Não anda só com corredores e jamais foi visto saindo para comer uma pizza com a galera da corrida.

Bebe cerveja sem medo – o corredor aplicado só bebe vinhozinho.
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Ele não se rende aos encantos da moda: até tem camiseta dri fit, mas corre de camiseta de algodão sem pestanejar. Há relatos de alguns que usam short de surfista para treinar, ou, na versão feminina, calça bailarina.

Normalmente curte tênis Adidas, pode reparar.

Dá seus pulos quando quer saber mais sobre o assunto, Às vezes lendo digníssimos blogs feitos por outros corredores.

Não acha que alguém sabe mais do que ele só porque “faz maratona para três horas e trinta e oito”.

Nunca sabe muito bem quantos quilômetros correu. Dá uma olhadinha no Google Maps quando precisa de uma referência. Tolera frequencímetro, GPS nem pensar.

Suas metas na corrida raramente envolvem números- no máximo, cifras relacionadas à balança. Mas no geral, sua motivação é quase espiritual: “Corro porque me faz bem”.

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Julia Zanolli

Julia Zanolli começou a correr em nome do bom jornalismo quando foi trabalhar na revista Runner’s World sem entender nada do assunto. A obrigação virou curtição, mesmo depois de sair da revista. Se livrou do carro para poder andar a pé pela cidade, mas é fã assumida de esteira. Prefere falar de comida do que de nutrição e acha que ter tempo é muito melhor do que matá-lo.

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