Erva do diabo

Paulo Vieira

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Depois de uma longa e tenebrosa sequência de feriados e com ela todas as desculpinhas necessárias para dar um cambau em seu treino funcional, Touro Indomável, o Nosso Touro, volta a Guantánamo sentindo o peso da própria lassidão. A tristeza por ver a boa forma escorrer pelas mãos só não é maior porque esse gladiador moderno acredita que seus braços estão mais fortes.

Pode também ser uma impressão errônea, uma vez que Touro agora deu de frequentar a academia com uma certa erva aí na cabeça.

Se você está chegando agora (DEMORÔ!), os capítulos da saga de Touro Indomável estão aqui, aqui e aqui.

Se liga.

Para enfrentar Guantánamo, cabeça feita
Para enfrentar Guantánamo, cabeça feita

Tribulus terrestris, chocolate, Coca-cola e sete dias sem treinar fazem toda a diferença.

Um dente que deu canal, um monte de feriado, a visita da minha-prima Irmã Maria Preguiça e o resultado: uma semana inteira de folga de Guantánamo.

Dei um tempo no Veron, no whey, na dieta quase equilibrada dos bons dias e escalei de volta o junkie food e as iguarias vindas da churrasqueira.

Foi mal aí, Professô.

Tudo isso justamente quando o amigão aqui começou a tomar tribulus terrestris, erva doida, erva asiática ou mediterrânea, não sei, erva que promete, segundo seus propagandistas, aumentar a testosterona e trazer ganhos musculares.

Meu irmão já usou da erva e gostou – o que, aliás, ele ainda não usou? -, e nas minhas leituras à respeito vi que a dita cuja é usada por bombados em geral quando chega a hora de dar um tempo no arpão de anabolizantes.

Vai vendo.

Erva do demônio.

Mais tarde vi que o troço é igual ginseng, mal não deve fazer. É natural.

Pois é. Um dia tomei vergonha na cara e voltei a Guantánamo.

A sensação foi a pior possível. Ou quase.

Tive a impressão que meu corpo voltou à estaca zero, ao menos se tomar pelo meu sofrimento, especialmente na hora dos exercícios aeróbicos. Minha língua virou gravata, minuto passou a ter 45 segundos. Dei truque.

Mas meus braços me alegraram. Me saí melhor com a carga. Mesmo com as repetições insanas, ainda que decrescentes, estou levantando mais peso.

Nesse dia de retorno ouvi de alguém a frase lapidar, como diria o Paulinho da Viola. “Boa forma é igual dinheiro. Difícil de ganhar, fácil de perder.”

Na balança cheguei a 93,7. É amigos, não dá para reclamar. Estamos chegando ao objetivo. A única coisa que o esporte não cumpriu ainda é a diminuição da minha ansiedade. Também, analisa: estou comendo menos, fumando menos e com muito mais disposição.

Como não uso essa disposição para fazer uma start up, minha ansiedade só faz aumentar.

E aí, como é que faz?

Baccio geral.

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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