Touro indomável

Paulo Vieira

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Designer Fabio Paiva, novo colaborador do Jornalistas que Correm
Um touro na redação da Quatro Rodas/Foto: Fernando Pires

No fim de setembro, o JQC convocou o jornalista Tiago Souza para correr e, dessa maneira, lutar contra seu peso. Mas, se ele correu, foi da gente. Então agora chamamos o Fabio Paiva, designer da Quatro Rodas, amante do Fusca, autor do blog Publicidade Carburada, ex-praticante de boxe e ex-usuário de termogênicos para encarar a parada.

Ele parece mesmo um ex-lutador de boxe. Mais ou menos como o Robert de Niro de “O Touro Indomável” sem o charuto na boca.

O Black, como é chamado, cabe na definição que o Tim Maia tinha para si mesmo. “Não fumo, não bebo, só minto um pouquinho.”

Black quer baixar dos três dígitos para uns 80 e poucos, mas, principalmente, quer deixar sua vida sedentária. Com ajuda de um personal trainer, o Veron, e de um nutricionista, ele vai contar aqui no JQC como pretende atingir esses objetivos.

Seja bem-vindo, meu irmão.

É chegada a hora de mudar. Cansei do ostracismo generalizado em minha vida, e talvez a melhor maneira de começar a mudar, e do universo conspirar a meu favor, é fazer mudanças em meu próprio templo. Desde 2005, quando tinha 25 anos, não pratico exercícios.

Naquele ano, anabolizado por termogênicos, proteína do soro do leite e muitas latinhas de atum, fazia boxe em uma academia conceituada três vezes por semana. Dividia sacos de pancada com cascas grossas que foram bem mais longe do que eu: ao ringue do Ginásio Baby Barioni. Tinha 86 quilos bem distribuídos pelo meu 1,83m de altura, com uma média de 15% de gordura corporal.

Nos dias que sobravam, jogava futebol com amigos – amigos que ainda me convidam semanalmente para voltar.

Além disso tinha uma vida profissional ativa, trabalhava numa editora, ajudava como frila na produção de três revistas customizadas, começava a namorar a Débora, hoje minha esposa e mãe da minha filha.

E também cumpria com afinco a agenda de eventos sociais.

Mas a preguiça me persegue. Parei com o boxe (e não consigo lembrar a desculpa da época) e com todo o resto. Cheguei há algumas semanas aos simbólicos 100 quilos. Também não sou exemplo em qualidade de sono nem de alimentação balanceada. Ao menos não fumo, não bebo e não minto. Muito.

O convite do Paulo, aqui do JQC, me fez pensar seriamente em voltar para o “mundo fitness” e parar de debochar das pessoas que contam calorias, evitam a gordura da picanha no final de semana, acordam cedo para correr e que vão a médicos. Pessoas que se gostam e se cuidam, pode-se dizer.

Não estou à procura de um corpo perfeito, sarado, para exibir em alguma praia da moda, mas sim de qualidade de vida, de um bom sono, da diminuição da minha ansiedade quase patológica e de uma expectativa de vida decente.

Quero ver meus netos se casando e tendo meus bisnetos, como minha vó vê hoje. Quero ter disposição para ir ao parque andar de bike com minha filha e não para ficar assistindo ao futebol de areia no “Esporte Espetacular”. De quebra, quero parar com o pão francês com 200 gramas de salame com queijo amarelo, tudo frito na frigideira, e com a Coca de 2 litros carburando o “Scarface” da madrugada.

Sei quem sou, me conheço, não vou parar de fumar, não vou parar de beber, não vou parar completamente com a Coca, mas quero equilibrar tudo isso. Estou à procura da “batida” perfeita, como na música, ao menos a minha batida perfeita.

Espero que vocês, que irão seguir meus passos, me ajudem a encontrar isso que o Paulo talvez chame de “pace”.

Pra começar do começo, já marquei consulta com um cardiologista. Oxalá meus níveis de colesterol e triglicérides não estejam pra lá de Bagdá; depois disso, um nutricionista vai ser bem-vindo. Academia e personal serão os outros aliados da missão.

O personal, o Verón, acho mega-importante: ele, que adora treinamento funcional, vai me ajudar nos primeiros meses a lutar contra a dor do acido lático queimando em meus músculos, assim como na luta contra o meu maior inimigo, a preguiça.

Objetivo? O meu é simples: voltar a ser o Black de 2005. Sem gordura, sem ansiedade, com mais vitalidade e quem sabe até com cabelo.

Bora?

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

2 Comentários

  1. Avatar
    Elaine Ianicelli

    Black, o PV me contou ontem sobre esse seu novo projeto, que máximo!!! Estou na torcida, boa sorte! Parabéns pelo primeiro passo. Manda beijos pro Verom, rs

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  2. Avatar
    paulo bellizia

    Paivinha, pelo que vejo vou ter um companheiro de corrida, daqui 90 dias poderemos marcar uma corridinha na Usp, e também fazer uma prova de 5K para iniciar seus objetivos , inclusive voce poderia convidar seu amigo Leonardo, Paulo Bellizia

    Responder

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