Corrida para quem precisa – e para quem gosta

Paulo Vieira

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Foram tantos os pedidos, tão sinceros, tão sentidos, que eu dominei minha empáfia e decidi acolher aqui mais relatos sobre os benefícios da corrida. Embora praticante, adepto de longa data e entusiasta, tento colocar sobre o tema a pesada dúvida socrática. Por que correr?

Bem, a jornalista Mirela Marques Mazzola, a quem chamo de 3M, tem algumas respostas.

“Tênis, basquete, natação e até body combat, aquela mistura de dança e luta que faz com que você dê chutes e socos no ar ao som de chutes e socos no rádio. Em resumo: algum prazer, empenho medíocre e poucos resultados – nunca fui gorda, mas à medida que a adolescência avançava, meu metabolismo não conseguia acompanhar meu sempre respeitável apetite. “Aqui em casa o aviãozinho tinha que dar ré”, ainda diz mamãe quando consultada. Não demorou para que a herança ítalo-mineira desse as caras no “braço de merendeira” e na “cara de bolacha”. Quando me mudei de Bragança Paulista para São Paulo em 2006, para cursar a faculdade de jornalismo, a coisa começou a ficar mais séria. Recém-formada, fui trabalhar no GUIA QUATRO RODAS – ofício que te deixa bem distante do shape perfeito, já que é preciso testar restaurantes durante as viagens, na maioria das vezes no almoço e no jantar. Muito importante era “não ter restrições gastronômicas”. E isso eu não tinha mesmo.

corridinhaPortanto já era mais do que hora de “recomeçar” um esporte, e sempre achei a corrida o máximo. “Seca”, muitos diziam. Voltei à academia em outubro de 2012 e sempre arriscava uma acelerada na esteira. A melhora é empolgante: na segunda-feira você está no “corre 1, anda 2” e no fim da semana já aguenta 5 minutos direto (ouço Paulo Francis: waal!). Pode parecer ridículo para os mais experientes, mas significou para mim. Logo depois, em uma viagem a Salvador, fiz o trajeto de Ondina a Porto da Barra. Ok, no trote. Em Ubatuba, acompanhei o cunhado (que já tinha começado a correr havia algum tempo) da Praia da Enseada até a Grande (uns 7K ida e volta). De língua pra fora e caminhando em alguns trechos. A musculação foi essencial para vencer eventuais incômodos no joelho. Na primeira 5k, na volta do Museu do Ipiranga (série Delt , que acontece três vezes por ano), a glória: número de inscrição, medalha, chip no tênis e razoáveis 37 minutos. Completei os primeiros 10k no Parque do Ibirapuera em 1h03 e hoje corro essa distância com alguma facilidade (já baixei para 59’50”). Isso em pouco mais de seis meses, minha gente.

Como ainda viajo – e como (do verbo comer) a trabalho, sempre procuro correr na rua ou na praia nos destinos que vou visitar: Salvador, Porto Alegre, Recife… De lá pra cá, 8 quilos não me acompanham mais.

Nas esperadas férias, espero achar tempo entre museus e monumentos para desbravar os parques em plena primavera. Quem sabe uma maratona europeia?”

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Paulo Vieira

Influenciado pelo velho “Guia completo da corrida”, do finado James Fixx, Paulo Vieira fez da calça jeans bermuda e começou a correr pela avenida Sumaré, em São Paulo, na adolescência, nos anos 1980. Mais tarde, após longo interregno, voltou com os quatro pés nos anos 2000, e agora coleciona maratonas – 9 (4 em SP, 2 Uphill Rio do Rastro, Rio, UDI e uma na Nova Zelândia), com viés de alta – e distâncias menos auspiciosas. Prefere o cascalho de cada dia às provas de domingo e faz da corrida plataforma para voos metafísicos, muitos dos quais você encontra nestas páginas. Evoé.

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