Comecei a correr nos anos 80, quando a Avenida Sumaré, minha cancha preferencial, tinha o asfalto pichado com o nome do Maluf e seu indefectível 11 a cada eleição.
Nessa época participei de uma meia maratona de São Paulo e o Bamba Daytona um número abaixo ficou pela metade da prova – sim, terminei-a descalço. Só voltaria a correr nos anos 2000, mas o que quero dizer aqui é outra coisa.
PRECISAMOS FALAR DA MORTE NAS PROVAS DE CORRIDA?
A NOITE MUITO ESCURA DA NIGHT RUN
Nos anos 80 li um best-seller chamado Guia Completo da Corrida, do americano James Fixx, livro a que se credita o boom das corridas nos EUA na virada dos 70 para os 80. Pois bem, anteontem fui a um sebo em Pinheiros e arrematei um exemplar do “Guia” por 7 pratas.
O que eu não sabia na época é que Fixx havia morrido em 1984. Ataque fulminante do coração no estado de Vermont durante uma corrida solitária. Ele tinha apenas 52 anos. Sua condição cardíaca era hereditária. Seu pai havia morrido do coração aos 43.
A morte do homem que dizia que qualquer não fumante, independente de seus hábitos alimentares, poderia completar uma maratona abaixo de quatro horas – e jamais sofreria um ataque cardíaco – não mudou o entusiasmo geral pelas corridas.
Para Fixx, bastava correr ou fazer exercícios para ser saudável.Não creditava à nutrição papel protagonista na equação. Segundo aprendi hoje no Huffington Post, Fixx chegou inclusive a criticar Nathan Pritikin, autor de Diet for Runners, por este alertar corredores e maratonistas que exercício sem uma dieta saudável estava longe de ser um panaceia.
A morte de Fixx foi didática nesse sentido.
By the way, o livro é super datado. Tem desde dicas sobre o circuito da maratona de Boston a centenas de citações médicas, várias delas inconclusivas.
Mas mais datado que Shi-ra, que minha filha de 4 anos está vendo e adorando neste exato momento, impossível.
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